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Durante toda a sua vida Daniella Foresti Xavier, 37 anos, foi considerada uma pessoa alternativa, “natureba” mesmo, dessas que não têm uma única caixa de remédios em casa. Mas um ano e meio atrás, ela descobriu que tinha doença de Crohn. A razão: uma febre que passou a ser mais constante e um emagrecimento exagerado. “De repente deparei-me com uma doença que, para piorar, não tem cura”, diz, ainda chocada. “Mas acho que o meu Crohn é bonzinho, porque quase não tive dores no abdome, nem diarréias com sangramento.” Como muitos pacientes, a moça enfrentou uma maratona de médicos - clínico geral, proctologista e gastroenterologista – e uma infinidade de exames desnecessários até saber que o que tinha era Crohn. Chegou a ouvir hipóteses assustadoras de diagnósticos, como Aids, leucemia e tuberculose pulmonar. “Um clínico geral de um conhecido hospital de São Paulo, para quem eu fiz mais de 20 exames médicos, me disse que se tratava de um caso de hemorróidas”, lembra. Saber que tem Crohn foi especialmente difícil para Daniella, que havia perdido uma tia de 45 anos e o avô por conta de um câncer de intestino. “Eu achei que tinha um problema genético e que teria o mesmo fim que eles”, lembra. Na época, seu filho Érico tinha apenas 2 anos de idade.
Como acontece com grande parte das pessoas que recebem diagnósticos ruins e crônicos, Daniella foi procurar outros tipos de tratamento para o Crohn e deixou de lado a medicação indicada pelo médico alopata. Visitou, primeiro, um acupunturista que também fazia remédios fitoterápicos e receitava florais de Bach. De quebra, este profissional fez uma lista de remédios da medicina chinesa e indicou uma colega psicóloga antroposófica para fazer o mapa astral da paciente. Alguns dias depois, ela soube de um médico chinês que atendia há dois anos no bairro da Liberdade e lá se foi para uma nova consulta. “Através de uma tradutora, ele disse que o meu problema era no fígado e não no intestino, e me mandou jogar no lixo todos os remédios chineses receitados pelo acupunturista”, lembra Daniella. “Ele falou, inclusive, que se eu não me cuidasse, dentro de poucos anos teria câncer.”Atordoada por aquelas indicações de tratamentos tão contraditórios, Daniella voltou ao médico acupunturista com quem estava fazendo o tratamento de medicina chinesa. Neste retorno, ela se queixou das dores no abdome que passara a sentir. “Ele me mandou tomar um antiinflamatório que eu já tinha usado antes e, aí, a confiança que eu tinha nele foi por água abaixo”, diz ela. Decepcionada, Daniella voltou ao seu médico alopata, um gastroenterologista, e reiniciou o tratamento com Pentasa.
Hoje, ela não toma nenhum medicamento, e, por sorte, não está em crise. “O meu gastro briga comigo por eu não seguir o tratamento, mas continuo passando pelas consultas e ouvindo que estou bem”, diz. Da época em que experimentou saídas diferentes Daniella só tem boas lembranças das aulas de ioga que passou a fazer, e continua até hoje, uma vez por semana. “Eu ainda acredito na medicina alternativa, mas o paciente precisa ter melhores referências dos profissionais com quem vai se tratar”, opina Daniella, que dá aulas de inglês em empresas da indústria farmacêutica. “É uma ironia do destino ter que ouvir meus alunos falando de remédios e doenças”, diz.
FONTE :http://www.abcd.org.br/revista/n23/de_olho_ileo.htm
Durante toda a sua vida Daniella Foresti Xavier, 37 anos, foi considerada uma pessoa alternativa, “natureba” mesmo, dessas que não têm uma única caixa de remédios em casa. Mas um ano e meio atrás, ela descobriu que tinha doença de Crohn. A razão: uma febre que passou a ser mais constante e um emagrecimento exagerado. “De repente deparei-me com uma doença que, para piorar, não tem cura”, diz, ainda chocada. “Mas acho que o meu Crohn é bonzinho, porque quase não tive dores no abdome, nem diarréias com sangramento.” Como muitos pacientes, a moça enfrentou uma maratona de médicos - clínico geral, proctologista e gastroenterologista – e uma infinidade de exames desnecessários até saber que o que tinha era Crohn. Chegou a ouvir hipóteses assustadoras de diagnósticos, como Aids, leucemia e tuberculose pulmonar. “Um clínico geral de um conhecido hospital de São Paulo, para quem eu fiz mais de 20 exames médicos, me disse que se tratava de um caso de hemorróidas”, lembra. Saber que tem Crohn foi especialmente difícil para Daniella, que havia perdido uma tia de 45 anos e o avô por conta de um câncer de intestino. “Eu achei que tinha um problema genético e que teria o mesmo fim que eles”, lembra. Na época, seu filho Érico tinha apenas 2 anos de idade.
Como acontece com grande parte das pessoas que recebem diagnósticos ruins e crônicos, Daniella foi procurar outros tipos de tratamento para o Crohn e deixou de lado a medicação indicada pelo médico alopata. Visitou, primeiro, um acupunturista que também fazia remédios fitoterápicos e receitava florais de Bach. De quebra, este profissional fez uma lista de remédios da medicina chinesa e indicou uma colega psicóloga antroposófica para fazer o mapa astral da paciente. Alguns dias depois, ela soube de um médico chinês que atendia há dois anos no bairro da Liberdade e lá se foi para uma nova consulta. “Através de uma tradutora, ele disse que o meu problema era no fígado e não no intestino, e me mandou jogar no lixo todos os remédios chineses receitados pelo acupunturista”, lembra Daniella. “Ele falou, inclusive, que se eu não me cuidasse, dentro de poucos anos teria câncer.”Atordoada por aquelas indicações de tratamentos tão contraditórios, Daniella voltou ao médico acupunturista com quem estava fazendo o tratamento de medicina chinesa. Neste retorno, ela se queixou das dores no abdome que passara a sentir. “Ele me mandou tomar um antiinflamatório que eu já tinha usado antes e, aí, a confiança que eu tinha nele foi por água abaixo”, diz ela. Decepcionada, Daniella voltou ao seu médico alopata, um gastroenterologista, e reiniciou o tratamento com Pentasa.
Hoje, ela não toma nenhum medicamento, e, por sorte, não está em crise. “O meu gastro briga comigo por eu não seguir o tratamento, mas continuo passando pelas consultas e ouvindo que estou bem”, diz. Da época em que experimentou saídas diferentes Daniella só tem boas lembranças das aulas de ioga que passou a fazer, e continua até hoje, uma vez por semana. “Eu ainda acredito na medicina alternativa, mas o paciente precisa ter melhores referências dos profissionais com quem vai se tratar”, opina Daniella, que dá aulas de inglês em empresas da indústria farmacêutica. “É uma ironia do destino ter que ouvir meus alunos falando de remédios e doenças”, diz.
FONTE :http://www.abcd.org.br/revista/n23/de_olho_ileo.htm
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